14 de set. de 2011

Pesquisas Científicas sobre o Valor Propedêutico do Esperanto realizada em vários países

Via Culturoscópio

Desde os anos 1920 aconteceram experimentos educacionais, que demonstram inicialmente a facilidade de aprendizado do Esperanto em relação às outras línguas e, à partir de 1970, a utilidade do Esperanto como facilitador do aprendizado de línguas não-maternas e de matérias que dependem de raciocínio lógico e interesse em humanidades. Em uma palavra, demonstraram cientificamente o valor propedêutico do Esperanto. Vejamos alguns:


    1925 - 1931, Columbia University, New York, EUA, sob direção do Prof. E. Thorndike: 20 horas de ensino de Esperanto deram melhor resultado que 100 horas de Francês, Alemão, Italiano ou Espanhol. 1947 - 1951, Sheffield, Inglaterra (desde 1948 também em Manchester): crianças aprenderam o mesmo tanto de Esperanto em 6 meses que levaram 4 a 5 anos para aprender da língua francesa; depois de alguns meses aprendendo Esperanto adquiri-se melhores resultados no aprendizado de outras línguas. 1958 - 1963, Escola de ensino médio em curso de verão, na Finlândia: sob controle do Ministério da Educação daquele país, demonstrou-se que depois de um Curso de Esperanto os alunos atingiram um nível mais alto no aprendizado de Alemão do que os alunos que aprenderam somente a língua alemã, até mesmo por mais tempo. 1970 – Experimento realizado pelo Prof. Istvan Szerdahelyi em Budapest, Hungría: uma classe de crianças aprendeu primeiramente o Esperanto e depois, separados em grupos, aprenderam Russo, Inglês, Alemão ou Francês. Constatou-se que as crianças obtiveram 25% a mais de êxito no aprendizado da língua russa do que as que não aprenderam Esperanto antes. Ainda com relação às crianças que não aprenderam antes o Esperanto, o aproveitamento no Alemão foi 30% maior, no Inglês foi 40% maior e no Francês o ganho foi de 50%. 1975 e 1976 - Experimentos mais amplos e com resultados também documentados oficialmente aconteceram na Universidade de Paderborn, Alemanha, com crianças do ensino elementar. Esses experimentos contaram com aferições precisas de resultados, com aplicação de fórmulas da pedagogia cibernética, sob a orientação do Prof. Helmar Frank.

Os experimentos de Paderborn envolveram 300 crianças que aprenderam Esperanto por um ou dois anos e depois aprenderam o Inglês. Resultado: as crianças que aprenderam Esperanto por dois anos (cerca de 100 horas/aula) apresentaram um aproveitamento no aprendizado do Inglês 30% maior do que as que não aprenderam Esperanto. As que aprenderam Esperanto por um ano apresentaram aproveitamento 20% superior no aprendizado do Inglês em relação as que não aprenderam Esperanto antes.

    1975 a 1977 – Experimento realizado com 300 crianças, pela Liga Internacional de Professores de Esperanto – ILEI, dirigido pelo Prof. Helmut Sonnabend, na Bélgica, França, Alemanha, Grécia e Holanda. Esse experimento contou com vários professores colaboradores e demonstrou que as crianças que aprenderam Esperanto obtiveram melhor aproveitamento no aprendizado de Inglês do que as que não aprenderam Esperanto. Com uma economia de tempo para o aprendizado de Inglês altamente significante: 129 horas em um curso de 960 horas. Foi analisado também, nesse mesmo experimento, o desempenho das crianças alemãs nas disciplinas Matemática e Geografia e ficou cientificamente demonstrado que as que aprenderam Esperanto apresentaram melhor aprendizado nessas duas disciplinas. 1980 – É digno de nota o estudo do Prof. Yukio Fukuda, do Japão, intitulado "Para racionalização do aprendizado de língua estrangeira, à luz da língua materna (por exemplo, alemão ou japonês), a partir de estudos básicos da cibernética e Humanidades” 21, 1980 (página 1-16) - "Zur rationalisierten Fremdsprach-Lehrplanung unter Berücksichtigung der (z.B. deutschen oder japanischen) Muttersprache", Grundlagenstudien aus der Kybernetik und Geisteswissenschaft” – no qual demonstra que o aprendizado prévio do Esperanto é muito útil como facilitador do aprendizado do Inglês para crianças, quando a língua materna não é o Inglês. 1983 a 1985, Scuola Elementare “Rocca”, San Salvatore de Cogorno, Itália: sob direção da Profa. Elizabeta Formaggio foi realizado um experimento com um grupo de pesquisa – 25 alunos do 3º e do 4º ano do ensino básico aos quais se ministrou curso de Esperanto – e com um grupo de controle – alunos das mesmas séries que não aprenderam Esperanto. Em 1985 foram aplicados exames abrangentes a esses dois grupos. Em 1988 foram aplicados exames de Francês a esses dois grupos e os resultados confirmaram as pesquisas anteriores, ou seja, os que aprenderam antes o Esperanto aprenderam mais rapidamente o Francês do que os que não aprenderam Esperanto. Em 1995 o Prof. Zlatko Tišljar, nascido no Zagreb, residente hoje na Eslovênia, titulou-se mestre pela Academia Internacional de Ciências de San Marino – AIS com um experimento realizado entre 1993 e 1995 na Eslovênia, Áustria e Croácia. Nesse experimento se ensinou Esperanto em 5 escolas elementares para 40 estudantes por 70 horas. Depois em 4 daquelas escolas as crianças aprenderam o Inglês e em 1 escola aprenderam o Alemão, ambas como língua estrangeira. O Prof. Tišljar testou por três vezes essas crianças e 40 outras que não aprenderam Esperanto. Conclusão final do experimento: as crianças que receberam 70 horas de ensino de Esperanto aprenderam o Inglês e também o Alemão, com aproximadamente 25 a 30% mais rapidez. Isso significa que depois de dois anos de aprendizado de língua estrangeira, crianças que aprenderam antes o Esperanto sabiam a língua estrangeira ensinada 50 a 60% melhor que as crianças que não aprenderam o Esperanto. Considerando que, nos países onde se deu esse experimento, línguas estrangeiras são ensinadas 3 horas por semana, ou seja, 120 por ano ou 240 horas por dois anos, a economia de tempo no aprendizado de língua estrangeira foi maior que 120 horas. Assim, as 70 horas investidas no ensino do Esperanto já passaram a compensar antes de 2 anos de ensino de língua estrangeira. De 1994 a 1995, setembro a julho, a Profa, Ines Frank na Alemanha, realizou um experimento semelhante em uma escola elementar de Oberndorf, comunidade pertencente ao Distrito de Rottweil, junto ao rio Neckar, no estado alemão de Baden-Virtembergo (Oberndorf am Neckar). Inicialmente participaram 38 crianças e ao final 20 do quarto ano. Os resultados não foram publicados, mas foram semelhantes aos anteriores. De 1993 a 1997, na Scuola Gaetano Salvemini, Torino, Itália, experimentou-se o Esperanto como língua propedêutica para o ensino de línguas estrangeiras na escola fundamental. Participaram 3 classes. No 2º e 3º anos os alunos aprenderam Esperanto básico e utilizaram-no para se comunicarem com outras escolas de outros países. No 4º e 5º anos uma classe passou a estudar o Inglês e outra o Francês. Desde o ano letivo de 1994/1995 esse experimento foi oficializado pelo Ministério de Instrução Pública da Itália. A avaliação confirma a eficácia do ensino do Esperanto para as crianças italianas para um melhor e mais rápido aprendizado posterior de Francês e Inglês.

Sem maiores detalhamentos, à guisa de informação, mencionamos também outros eventos do gênero dos relatados acima:

    - 1920, Green Lane School, Eccles, Inglaterra; - 1922, Enquete oficial da la Liga das Nações, Genev, Suissa; - 1922 a 1924, Bishop’s Elementary School, Auckland, Nov-Zelando; - 1924, Wellesley College, Ohio, Estados Unidos da América - EUA; - 1934 a 1935, Escola Pública de Ensino Médio, New York, EUA; - 1948 a 1961, Egerton Park School, Manchester, Inglaterra; - 1962 a 1963, Universidade Loránd, Budapest, Hungria (Prof. I. Szerdahelyi); - 1971 a 1974, 22 classes na Itália, Iugoslávia, Hungria e Bulgária; - 1972 a 1973, Scuola Elementare Dante, Forlì, Italia (Ministerio da Educação); - 1977 a 1983, Universidade de Paderborn, Alemanha (Prof. H. Frank); - 1983 a 1985, Escola Sítio do Pica-pau Amarelo, ensino Infantil, Santos, Brasil (Prof. Pedro Jacintho Cavalheiro, atual Diretor da Comissão de Educação da Liga Brasileira de Esperanto); - 1984, Escola Ordem e Progresso, ensino médio, Santos, Brasil (Prof. Pedro J. Cavalheiro); - 1984 a 1986, Escola Irmã Catarina, ensino Infantil, fundamental e médio, São Paulo, Brasil (Prof. Pedro J. Cavalheiro); - 1993, Relatório Oficial sobre o valor propedêutico do Esperanto: Ministério da Educação, Italia; - 1994 a 1997, Universidade Monash, Victoria, Austrália (Prof. A. Bishop); - 2005 a 2006, Escola Nossa Senhora das Graças, ensino fundamental e médio, São Paulo, Brasil (Prof. Pedro J. Cavalheiro).

Alguém poderia argumentar que:

I. Toda língua tem valor propedêutico e exerce influência positiva, seja qual for a língua estudada. Esse fenômeno é bem conhecido, mas...

Esse valor depende da relação entre a língua que se aprende com a língua materna de quem aprende. Exs.:

    O Italiano ou o Português preparam melhor o aprendizado do Espanhol e do Romeno. O Chinês prepara melhor o aprendizado do Vietnamita (Mon-khmer) ou Tibetano (língua Sino-tibetana). O Húngaro prepara melhor o aprendizado do Finlandês, do Turco e do Japonês. O Esperanto possui eficácia propedêutica maior do que qualquer outra língua para o aprendizado de línguas de modo geral: ocidentais ou orientais, vivas ou mortas.

II. Todas as línguas contribuem para o desenvolvimento de certo número de capacidades e qualidades fundamentais, como observação, análise, síntese, raciocínio, lógica, criatividade etc.

No entanto...

Além de todas as capacidades desenvolvidas pelo aprendizado de uma língua, o valor propedêutico do Esperanto para o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático e para o aprendizado de línguas está comprovado cientificamente. Além disso, possui grande valor educacional e ético por dar ao aluno uma visão humanista das relações internacionais e interétnicas.
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